As paixões compostas por Bach podem ser consideradas paixão oratório. A paixão é um estilo musical existente desde a Idade Média e que ganhou força principalmente com o luteranismo. No trecho abaixo, Claude Palisca explica o desenvolvimento da paixão:
Já na alta Idade Média existiam composições de cantochão sobre os relatos dos Evangelhos acerca da paixão e morte de Cristo. A partir do século xii, aproximadamente, tornou-se hábito recitar a história em forma semidramática, com um sacerdote a cantar as partes narrativas, outro as palavras de Cristo e um terceiro as palavras da multidão (turba), tudo isto com contrastes apropriados de âmbito vocal e pulsação. Desde finais do século xv, os compositores começaram a escrever versões polifónicas dos trechos da turba em estilo de motete, contrastando com os trechos a solo, em cantochão; este tipo de composição ficou conhecido como paixão dramática ou cênica. Johann Walter adaptou a paixão dramática ao uso luterano com texto alemão na sua Paixão segundo S. Mateus, de 1550, e o seu exemplo foi seguido por muitos compositores luteranos posteriores, incluindo Heinrich Sch_tz. No entanto, sucedia também muitas vezes ser o texto integralmente musicado como uma série de motetes polifónicos -- a paixão motete. Vários foram os compositores católicos que, a partir de meados do século xv, escreveram paixões de motetes (...).Os elementos da paixão oratório -- e que estão presente nesta Paixão -- são o recitativo, a ária e o coral. Nos recitativos estão os textos extraídos do Evangelho, sendo que o evangelista é geralmente um tenor, Jesus e demais personagens, baixos. As árias são textos poéticos, não evangélicos, comentando a parte do texto que se está tratando. É interessante observar, na Paixão segundo São João, a presença da primeira pessoa do singular nas árias, coisa que, até então, não era muito comum. Não era comum aparecer a individualidade, mas apenas a coletividade. Acredita-se que essa mudança possa ter sido uma influência do pietismo, que propunha uma religião mais introspectiva, preocupando-se também com o indivíduo. Conforme exposto no texto acima, o coro, que tantas vezes surge durante os textos evangélicos, representa a coletividade, a turba. Já as partes corais são, como as árias, comentários poéticos.
O nascimento do estilo concertato deu origem, no século xvii, a um novo tipo de paixão, próxima da forma do oratório, a que, por isso, se dá o nome de paixão oratório, incluindo este tipo de composição recitativos, árias, conjuntos, coros e peças instrumentais, prestando-se todos eles a uma apresentação dramática, como na ópera. (...)
Na segunda metade do século xvii o texto foi acrescido, em primeiro lugar, de meditações poéticas sobre os acontecimentos narrados, inseridos nos locais apropriados e, geralmente, musicados como árias solísticas, por vezes antecedidas de recitativo, e, em segundo lugar, de corais tradicionalmente associados à história da Paixão, que eram geralmente cantados pelo coro ou pela congregação.
(...)
Nos primeiros anos do século xviii, sob a influÊncia do pietismo, surgiu um novo tipo de texto da Paixão com Jesus ensanguentado e moribundo, de Hunold-Menantes (1704), onde a narrativa bíblica era parafraseada com pormenores cruamente realistas e interpretações simbólicas tortuosas, bem ao gosto da época. De clima semelhante é o popular texto da Paixão de B. H. Brockes (1712), que foi trabalhado por Keiser, Haendel, Mattheson e cerca de quinze outros compositores do século xviii. Até J. S. Bach recorreu a ela para os textos de algumas árias da sua Paixão segundo S. João.
(Claude V. Palisca. História de Música Ocidental.)
Como era comum nas paixões oratório, a presente possui duas partes. Entre uma e outra, era feito um sermão.
De forte carga dramática, a Paixão Segundo São João, em nosso meio, é ofuscada pela Paixão Segundo São Mateus, considerada uma das obras-primas de Bach. Ao contrário da Paixão Segundo Mateus, a Segundo João não tem o texto integralmente composto por um libretista -- pelo menos o nome de tal poeta não é conhecido. Acredita-se que os textos das árias e corais tenham cada um uma origem diferente.
Os vídeos abaixo têm um dos melhores regentes da música de Bach: John Eliot Gardiner. No palco, temos a equipe especializada em música barroca, com instrumentos de época, que sempre o acompanha: English Baroque Solists e Monteverdi Choir. Os instrumentos barrocos podem ser observados no vídeo, principalmente os de sopro. São usadas, por exemplo, flautas de madeira -- o que nos faz lembrar por que elas são integrantes do naipe das madeiras.
Podem ser vistos, ainda, o órgão, com suas chaves para mudança de registro, e o cravo, que fazem, juntamente com outros instrumentos, o continuo.
Na presente montagem, um contratenor substitui a contralto.
Quanto à tradução para o português, está sujeita a imperfeições, uma vez que não foi feita diretamente do alemão, mas a partir de traduções para o inglês, francês e espanhol. Além disso, nos trechos em que o evangelho é transcrito, foi utilizada a tradução da CNBB da Bíblia para o português.
Paixão Segundo São João
(BWV 245)
(BWV 245)
Johann Sebastian Bach
John Eliot Gardiner
English Baroque Solists
Monteverdi Choir.
Mark
Padmore: (tenor - Evangelista)
Peter Harvey (barítono - Cristo)
Katharine Fuge (soprano)
Robin Blaze (contratenor)
Nicholas Mulroy (tenor)
Jeremy Budd
(tenor)
Matthew Brook (baixo)
Primeira Parte
1. Coro
Destacamos, em primeiro lugar, o coro inicial, já ele dramático, que introduz a peça. Ele nos convida a ver que até na humilhação, no sofrimento, o Filho de Deus é glorificado. Sua Paixão, antes de dolorosa, trágica, triste, é sagrada, gloriosa.
Herr, unser Herrscher, dessen Ruhm
In allen Landen herrlich ist!
Zeig uns durch deine Passion, Daß du, der wahre Gottessohn, Zu aller Zeit, Auch in der größten Niedrigkeit, Verherrlicht worden bist! |
Senhor, Senhor! Tua glória reina em todos os povos! Mostra-nos, por tua Paixão, que Tu, Filho do Deus verdadeiro, Até nas maiores humilhações Foi glorificado |
Jo 18, 1-11
Logo no início, já chama a atenção a forma como Bach lida com os recitativos, tornando-os dramáticos, melodiosos, e intercalando-os com frases bastante vibrantes, embora breves, do coro. Nessas intervenções pode-se observar um contraste típico do barroco.
No coral número 7, observamos a exaltação do Amor, porém o autor, em vez de, justamente pensando nesse Amor, reconhecer que Jesus sofreu no nosso lugar, canta um pesado sentimento de culpa por viver os prazeres, as alegrias da vida, pensamento característico da mentalidade religiosa de seu tempo. Essa mentalidade, porém, será gradativamente superada ao longo da obra.
No coral seguinte, uma doce prece.
2.Rezitativ EVANGELIST Jesus ging mit seinen Jüngern über den Bach Kidron, da war ein Garten, darein ging Jesus und seine Jünger. Judas aber, der ihn verriet, wußte den Ort auch, denn Jesus versammlete sich oft daselbst mit seinen Jüngern. Da nun Judas zu sich hatte genommen die Schar und der Hohenpriester und Pharisäer Diener, kommt er dahin mit Fackeln, Lampen und mit Waffen. Als nun Jesus wußte alles, was ihm begegnen sollte, ging er hinaus und sprach zu ihnen: JESUS Wen suchet ihr? EVANGELIST Sie antworteten ihm: 3. CHOR Jesum von Nazareth! 4. Rezitativ EVANGELIST Jesus spricht zu ihnen: JESUS Ich bin's. EVANGELIST Judas aber, der ihn verriet, stund auch bei ihnen. Als nun Jesus zu ihnen sprach: Ich bin's! wichen sie zurücke und fielen zu Boden. Da fragete er sie abermal: JESUS Wen suchet ihr? EVANGELIST Sie aber sprachen: 5. CHOR Jesum von Nazareth! 6. Rezitativ EVANGELIST Jesus antwortete: JESUS Ich hab's euch gesagt, daß ich's sei; suchet ihr denn mich, so lasset diese gehen! 7. CHORAL O große Lieb', o Lieb' ohn alle Maße, Die dich gebracht auf diese Marterstraße! Ich lebte mit der Welt in Lust und Freuden, Und du mußt leiden! 8. Rezitativ EVANGELIST Auf daß das Wort erfüllet würde, welches er sagte: Ich habe der keine verloren, die du mir gegeben hast. Da hatte Simon Petrus ein Schwert und zog es aus und schlug nach des Hohenpriesters Knecht und hieb ihm sein recht' Ohr ab; und der Knecht hieß Malchus. Da sprach Jesus zu Petro: JESUS Stecke dein Schwert in die Scheide! Soll ich den Kelch nicht trinken, den mir mein Vater gegeben hat? 9. CHORAL Dein Will' gescheh, Herr Gott, zugleich Auf Erden wie im Himmelreich. Gib uns Geduld in Leidenszeit, Gehorsam sein in Lieb' und Leid; Wehr' und steu'r allem Fleisch und Blut, Das wider deinen Willen tut! |
2. Recitativo
EVANGELISTA Jesus saiu com seus discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Lá havia um jardim, no qual ele entrou com os seus discípulos. Também Judas, o traidor, conhecia o lugar, porque Jesus muitas vezes ali se reunia com seus discípulos. Judas, pois, levou o batalhão romano e os guardas dos sumos sacerdotes e dos fariseus, com lanternas, tochas e armas, e chegou ali. Jesus, então, sabendo tudo o que ia acontecer com ele, saiu e disse: JESUS A quem procurais? EVANGELISTA Responderam-lhe: 3. CORO A Jesus de Nazaré! 4. Recitativo EVANGELISTA Jesus lhes disse: JESUS Sou eu. EVANGELISTA Judas, o traidor, estava com eles. Quando Jesus disse “Sou eu”, eles recuaram e caíram por terra. De novo perguntou-lhes: JESUS A quem buscais? EVANGELISTA Eles disseram: 5. CORO A Jesus de Nazaré. 6. Recitativo EVANGELISTA Respondeu Jesus: JESUS Já vos disse que sou eu. Se é a mim que procurais, deixai que estes aqui se retirem 7. CORAL Ó grande Amor! Ó Amor sem medida, que te levou a este caminho de martírio! Eu tenho vivido em um mundo de alegria e prazeres, e Tu deves sofrer!. 8. Recitativo EVANGELISTA Assim se cumpria a palavra que ele tinha dito: “Não perdi nenhum daqueles que me deste”. Simão Pedro, que tinha uma espada, puxou-a e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a ponta da orelha direita. O nome do servo era Malco. Jesus disse a Pedro: JESUS Guarda a tua espada na bainha. Será que não vou beber o cálice que o Pai me deu? 9. CORAL Faça-se a tua vontade, meu Deus, assim na Terra como no Céu. Dá-nos paciência no sofrimento, obediência na alegria e na dor, e afasta-nos de toda a carne e todo o sangue que se oponha à tua vontade. |
Jo 18, 12-14
Neste terceiro vídeo, após o recitativo, temos, na voz do contra-tenor, a bela ária normalmente cantada por contralto. No trecho anterior, observamos o sentimento de culpa por viver uma vida feliz em vista do sofrimento do Salvador. Aqui, nesta ária, o compositor já começa a abandonar esse sentimento ao reconhecer que foi para nos libertar que Cristo foi preso.
10. Rezitativ
EVANGELIST Die Schar aber und der Oberhauptmann und die Diener der Jüden nahmen Jesum und bunden ihn und führeten ihn aufs erste zu Hannas, der war Kaiphas' Schwäher, welcher des Jahres Hoherpriester war. Es war aber Kaiphas, der den Jüden riet, es wäre gut, daß ein Mensch würde umbracht für das Volk. 11. Arie (Alt) Von den Stricken meiner Sünden Mich zu entbinden, Wird mein Heil gebunden. Mich von allen Lasterbeulen Völlig zu heilen, Läßt er sich verwunden. |
10. Recitativo
EVANGELISTA O batalhão, o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram. Primeiro, conduziram-no a Anás, sogro de Caifás, o sumo sacerdote daquele ano. Caifás é quem tinha aconselhado aos judeus: “É conveniente que um só homem morra pelo povo”. 11. Aria (contratenor) Para me libertar das amarras do meu pecado, Meu Salvador foi preso. Para curar a infecção da minha iniquidade, |
Jo 18, 15
Seguindo o caminho da 'descoberta' da Paixão de Cristo, a ária de soprano representa a total substituição do sentimento de culpa pelo desejo de seguir Jesus. O tom de lamento é substituído por uma alegre melodia. Merece ser observada a participação das flautas, dividindo a cena com a soprano. A flauta, no barroco, está, de modo geral, ligada ao sentimento de Amor.
12. Rezitativ EVANGELIST Simon Petrus aber folgete Jesu nach und ein ander Jünger. 13. Arie (Sopran) Ich folge dir gleichfalls mit freudigen Schritten Und lasse dich nicht, Mein Leben, mein Licht. Beförd're den Lauf Und höre nicht auf, Selbst an mir zu ziehen, zu schieben, zu bitten. |
12. Recitativo EVANGELISTA Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. 13. Aria (soprano) Eu também te seguirei com alegres passos, E não te deixarei, Minha Vida, minha Luz. Nunca deixes de me mostrar o caminho Guia-me, encoraja-me a segui-lo. |
Jo 18,15-23
No coral final deste trecho pode-se encontrar um repúdio à violência.
14. Rezitativ EVANGELIST Derselbige Jünger war dem Hohenpriester bekannt und ging mit Jesus hinein in des Hohenpriesters Palast. Petrus aber stund draußen vor der Tür. Da ging der andere Jünger, der dem Hohenpriester bekannt war, hinaus und redete mit der Türhüterin und führete Petrum hinein. Da sprach die Magd, die Türhüterin, zu Petro: ANCILLA (Magd) Bist du nicht dieses Menschen Jünger einer? EVANGELIST Er sprach: PETRUS Ich bin's nicht! EVANGELIST Es stunden aber die Knechte und Diener und hatten ein Kohlfeu'r gemacht (denn es war kalt) und wärmeten sich. Petrus aber stund bei ihnen und wärmete sich. Aber der Hohepriester fragte Jesum um seine Jünger und um seine Lehre. Jesus antwortete ihm: JESUS Ich habe frei, öffentlich geredet vor der Welt. Ich habe allezeit gelehret in der Schule und in dem Tempel, da alle Jüden zusammenkommen, und habe nichts im Verborgnen geredt. Was fragest du mich darum? Frage die darum, die gehöret haben, was ich zu ihnen geredet habe! Siehe, dieselbigen wissen, was ich gesaget habe! EVANGELIST Als er aber solches redete, gab der Diener einer, die dabei stunden, Jesu einen Backenstreich und sprach: SERVUS (Diener) Solltest du dem Hohenpriester also antworten? EVANGELIST Jesus aber antwortete: JESUS Hab ich übel geredt, so beweise es, daß es böse sei, hab ich aber recht geredt, was schlägest du mich? 15. CHORAL Wer hat dich so geschlagen, Mein Heil, und dich mit Plagen So übel zugericht'? Du bist ja nicht ein Sünder Wie wir und unsre Kinder, Von Missetaten weißt du nicht. Ich, ich und meine Sünden, Die sich wie Körnlein finden Des Sandes an dem Meer, Die haben dir erreget Das Elend, das dich schläget, Und das betrübte Marterheer. |
14. Recitativo EVANGELISTA Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote. Ele entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote. Pedro ficou do lado de fora, perto da porta. O outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu, conversou com a empregada da porta e levou Pedro para dentro. A criada da porta disse a Pedro: CRIADA Não pertences tu também aos discípulos desse homem? EVANGELISTA Ele respondeu: PEDRO Não sou. EVANGELISTA Os servos e os guardas tinham feito um fogo, porque fazia frio; estavam se aquecendo, e Pedro estava com eles para se aquecer. O sumo sacerdote interrogou Jesus a respeito dos seus discípulos e do seu ensinamento. Jesus respondeu: JESUS Eu falei abertamente ao mundo. Eu sempre ensinei nas sinagogas e no templo, onde os judeus se reúnem. Nada falei às escondidas. Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que eu falei; eles sabem o que eu disse. EVANGELISTA Quando assim falou, um dos guardas que ali estavam deu uma bofetada em Jesus, dizendo: GUARDA: É assim que respondes ao sumo sacerdote? EVANGELISTA Jesus replicou-lhe: JESUS Se falei mal, mostra em que falei mal; e se falei certo, por que me bates? 15. Coral Quem te golpeou assim, meu Deus, E te colocou em tão triste estado? Tu não és pecador como nós e nossos filhos; não conheces o mal. Sou eu quem, com meus pecados, numerosos como os grãos da areia, fui a causa de tuas aflições e teus tormentos. |
Jo 18, 24-27
Encerrando a primeira parte da Paixão estão as duas últimas negações de Pedro, a ária de Pedro e um coral. É interessante notar, no recitativo do Evangelista, após o cantar do galo (que pode ser ouvido!), a dramaticidade com que é narrado que Pedro chorou amargamente. Vale observar que no Evangelho de João só é dito que o galo cantou.
Na ária de Pedro -- dramática, agitada, com os violinos tocando freneticamente -- volta a culpa, mas bem diferente da que apareceu no início da peça. Aqui ela tem sabor de arrependimento, algo bem humano de alguém que ama, erra, se arrepende e chora. O doce coral que segue a ária (e faz contraste a ela) explica que Pedro agiu sem pensar e que soube se arrepender de ser erro. Por isso, é um exemplo para nós.
16. Rezitativ EVANGELIST Und Hannas sandte ihn gebunden zu dem Hohenpriester Kaiphas. Simon Petrus stund und wärmete sich; da sprachen sie zu ihm: 17. CHOR Bist du nicht seiner Jünger einer? 18. Rezitativ EVANGELIST Er leugnete aber und sprach: PETRUS Ich bin's nicht! EVANGELIST Spricht des Hohenpriesters Knecht' einer, ein Gefreundter des, dem Petrus das Ohr abgehauen hatte: SERVUS (Diener) Sahe ich dich nicht im Garten bei ihm? EVANGELIST Da verleugnete Petrus abermal, und alsobald krähete der Hahn. Da gedachte Petrus an die Worte Jesu und ging hinaus und weinete bitterlich. 19. Arie (tenor) Ach, mein Sinn, Wo willt du endlich hin, Wo soll ich mich erquicken? Bleib ich hier, Oder wünsch ich mir Berg und Hügel auf den Rücken? Bei der Welt ist gar kein Rat, Und im Herzen Stehn die Schmerzen Meiner Missetat, Weil der Knecht den Herrn verleugnet hat. 20. CHORAL Petrus, der nicht denkt zurück, Seinen Gott verneinet, Der doch auf ein' ernsten Blick Bitterlichen weinet. Jesu, blicke mich auch an, Wenn ich nicht will büßen; Wenn ich Böses hab getan, Rühre mein Gewissen! |
16. Recitativo EVANGELISTA Anás, então, mandou-o, amarrado, a Caifás. Simão Pedro continuava lá, aquecendo-se. Disseram-lhe: 17. CORO Não és tu, também, um dos discípulos dele? 18. Recitativo EVANGELISTA Pedro negou: PEDRO Não. EVANGELISTA Então um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse: SERVO Será que não te vi no jardim com ele? EVANGELISTA Pedro negou de novo, e na mesma hora o galo cantou. Pedro se lembrou das palavras de Jesus, foi para fora e chorou amargamente. 19. Ária (tenor) Ó, alma minha, Para onde irás, Onde acharás refúgio? Ficar aqui, Ou esconder-me atrás dos montes e colinas? No mundo não há consolo, E a dor invade meu peito, Por causa de meu pecado: o servo renegou seu Senhor. 20. Coral Pedro, sem pensar, negou seu Deus, mas sob o peso de um olhar de reprovação chora amargamente. Olha-me, Jesus, quando eu não quiser me arrepender; e quando houver pecado, comova minha consciência! |
Nenhum comentário:
Postar um comentário