Havia naquela região pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do rebanho.O curto recitativo conduz, naturalmente, a uma pequena ária, ainda para soprano, que é a continuação do texto de Lucas:
(Lucas 2,8)
Um anjo do Senhor lhes apareceu, e a glória do Senhor os envolveu de luz. Os pastores ficaram com muito medo.Lucas continua, e temos mais um recitativo
(Lucas 2,9)
O anjo então lhes disse: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo o povo:e outra ária
hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor!
(Lucas 2,10-11)
De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste cantando a Deus:conduz ao seguinte coro, que é um dos pontos altos do oratório (o cronômetro marca 2:33):
(Lucas 2,13)
“Glória a Deus no mais alto dos céus, e na terra, paz aos que são do † seu agrado!”Da sinfonia pastoral -- que introduz o clima dos pastores à noite, no campo -- até o coral Glory to God há uma evolução que conduz, gradativamente, a um climax.
(Lucas 2,14)
Aos 4 minutos e 13 segundos da gravação uma ária de soprano, agora não mais tão reduzida quanto as anteriores, vem festejar a boa-nova. Aqui o Antigo Testamento volta com o texto de Zacarias:
“Regozija-se grandemente, filha de Sião, dá vivas, filha de Jerusalém, pois agora o teu rei está chegando, Ele é o justo Salvador;
e ele falará de paz aos pagãos.
(Zacarias 9,9-10)
É interessante notar esse diálogo entre os Antigo e Novo testamentos habilmente. É como se eles se confirmassem mutuamente: o Novo mostra que o Antigo se cumpriu enquanto o Antigo confirma que se trata, de fato, do Messias.